quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Salmos 105
Oséias 5:8-6:6
Atos 21:27-36
Lucas 6:1-11

“Cumprindo a Lei de Deus”

Na leitura de hoje, o Livro de Atos narra a história de Paulo, um cidadão romano, sendo preso por tentar romper com a estrutura opressora e dominadora decorrente do sistema legal sócio-religioso e político do próprio povo judaico. Paulo estava somente tentando cumprir a sua missão como discípulo de Cristo.
Conforme o ensinamento de seu Mestre, a Lei de Deus, baseada na justiça, misericórdia e fidelidade, está acima das leis das pessoas. E qualquer que seja a lei que impeça o projeto de Deus, é lei para destruir e não para construir. Portanto, lei só pode ter real valor se for prevista e firmada visando a justiça para o bem comum, determinando libertação e vida.
Nós, assim como Paulo, discípulos e discípulas de Jesus Cristo, também temos o dever e a responsabilidade de nos comprometer em cuidar para que a justiça prevaleça na nossa sociedade, refletindo profundamente na escolha dos dirigentes do nosso Estado e do nosso País, neste ano de eleições governamentais.

Angela Arnt Senez
Rio de Janeiro/RJ

Texto para Meditação
“Então, o tribuno deteve Paulo, e mandou que o prendessem com duas correntes...” Atos 21:33

Intercessão
Oremos para que o povo brasileiro seja envolvido em um espírito cristão na escolha dos dirigentes do nosso país.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Salmos 101, 109 ou 119:121-144
Oséias 4:11-19
Atos 21:15-26
Lucas 5:27-39

“Acolhimento – Responsabilidade Cristã"

Quando Jesus diz que veio não para chamar justos, mas sim, pecadores para o arrependimento, sinto-me agraciada sendo congregante da Igreja Anglicana, onde não somos impelidos à julgar ninguém, mas sim, somos especialmente estimulados à acolher a todas as pessoas.
O propósito de nossa missão fica também, particularmente fortalecido, rompendo com o estigma de que algumas pessoas são melhores do que outras. Jesus ensina que a nossa missão é reunir todos e todas para, assim, efetivar o Evangelho da Salvação, onde cada pessoa tem o seu lugar especial.
A mudança proposta por Jesus Cristo exige plena transformação, porém é proposta para toda a humanidade, sem distinção alguma. Para tal é preciso que as estruturas opressoras sejam quebradas e que as pessoas se envolvam no acolhimento, umas das outras, fundamentado na fé para que, juntas, possam dar bons frutos.

Angela Arnt Senez
Rio de Janeiro/RJ

Texto para Meditação
“Eu não vim para chamar justos, e sim pecadores para o arrependimento.” Lucas 5:32

Intercessão
Oremos para que a acolhida em nossa Igreja seja estimulada, cada vez mais, no exemplo de Jesus.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Salmos 97, 99, [100] ou 94, [95]
Oséias 4:1-10
Atos 21:1-14
Lucas 5:12-26

“Fidelidade – Responsabilidade Cristã”

O salmista diz que a fidelidade de Deus dura para sempre, os profetas criticam a infidelidade do povo, em Atos dos apóstolos podemos constatar a fidelidade para com Deus nas palavras: “Seja feita a vontade do Senhor”, e nós, como estamos na nossa fidelidade a Deus?
A fé cristã é estabelecida numa relação de confiança e amor, e é esta confiança que nos proporciona a segurança de que nada deverá abalar a nossa fidelidade a Deus. A fidelidade é a nossa resposta a Deus pelo dom da vida, a maior dádiva da Sua graça, porém exige uma maior responsabilidade que deve ser priorizada. Partindo da especial responsabilidade, não só com a própria vida, mas com tudo o que diz respeito à vida, envolvendo, especialmente o cuidado com as outras pessoas e a natureza. Esta resposta se traduz na nossa responsabilidade cristã, proporcionando oportunidades em sentir afeto e compartilhar, participando ativamente na totalidade da vida, cumprindo a vontade de Deus.

Angela Arnt Senez
Rio de Janeiro/RJ

Texto para Meditação
“... Seja feita a vontade do Senhor.” Atos 21:14

Intercessão
Oremos para que a nossa responsabilidade cristã seja motivo de inspiração para muitas pessoas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Salmo 89
Oséias 2:14-23
Atos 20:17-38
Lucas 5:1-11

“Encontrar a felicidade nas pequenas coisas”

As mudanças que somos obrigados a enfrentar no nosso dia a dia, por vezes são fáceis, agradáveis, por outras, são extremamente árduas. Porém, qualquer que seja a mudança é fundamental que se tenha disposição de enfrentá-la para que possamos crescer em maturidade. A conversão é a maior mudança na vida do ser humano e exige “mergulhar em águas profundas” como nos ensina Jesus Cristo, em um aprofundamento na fé e na entrega a Deus. Quando iniciamos a nossa vida adulta a preocupação gira em torno da sobrevivência, a luta pelo trabalho, por um lugar na sociedade, pela construção da própria família, pela independência financeira, sempre na expectativa de receber alguma coisa. Na busca da tão sonhada felicidade, muito facilmente somos levados a desvirtuar os verdadeiros valores da vida, escondidos nas pequeninas coisas do dia a dia.
Hoje, o livro de Atos nos convida a perceber o verdadeiro valor da ajuda, do cuidado com
o próximo, descobrindo que a felicidade está no real valor de “dar mais do que receber”.
Vale refletir mais profundamente sobre esta leitura.

Angela Arnt Senez
Rio de Janeiro/RJ

Texto para Meditação
“Há mais felicidade em dar do que em receber”. Atos 20:35

Intercessão
Oremos para que as pessoas possam perceber nas pequenas coisas a felicidade escondida.

domingo, 26 de setembro de 2010

19º Domingo depois de Pentecostes, Lancelot Andrews, Bispo de Winchester, 1626

Próprio 21
Salmo 146
Amós 6:1-7
1 Timóteo 6:11-19
Lucas 16:19-31

“O uso da riqueza”

Certamente podemos perceber as leituras de hoje como uma advertência ao uso ilegítimo da riqueza. Naturalmente, as coisas boas são dádivas de Deus e devemos desfrutá-las, assim também o dinheiro o é, por ser um meio para alcançar as necessidades da vida.
Porém, quando o desejo do acúmulo toma conta de nós, passa a ser um pecado. Neste ponto, a relação entre riqueza e justiça, é fundamental. E não há relação entre riqueza e justiça sem o cuidado com o próximo.
A conversão proposta pela doutrina do Evangelho, uma doutrina de fé e salvação, exige uma real transformação, que se explicita na identificação de Jesus Cristo com os marginalizados, no sentido daqueles à margem, as pessoas excluídas. E é nesta singular identificação que percebemos o valor absoluto do ser humano aos olhos de Deus.
Assim, o cuidado com todas as pessoas necessitadas, a preocupação fundamentada na justiça, no amor e na fraternidade, se torna indispensável como primeiro plano na nossa vida, acima de qualquer outro gasto que não seja indispensável para a sobrevivência.

Angela Arnt Senez
Rio de Janeiro/RJ

Texto para Meditação
Lucas 16:19-31

Intercessão
Oremos para que a nossa própria transformação seja exemplo para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

sábado, 25 de setembro de 2010

Sérgio, Abade da Santíssima Trindade, Moscou, 1392

Salmos 87, 90 ou 136
Oséias 1:1-2:1
Atos 20:1-16
Lucas 4:38-44

Curas que libertam

Dando seqüência ao capítulo 4 de Lucas, em sua parte final, não poderia deixar de frisar a cura da sogra de Pedro, operada por Jesus. Esta, por sua vez, não encontrou melhor forma de agradecer do que servindo, a exemplo de Jesus, cuja vida se transformou em serviço. Na seqüência, Jesus segue curando doentes atingidos por diversos males, além de endemoninhados que O reconheciam e O declaravam como “o Filho de Deus”, ameaçando para que se calassem. Não era do interesse de Jesus encurtar caminho, informando a todos que Ele ora o Messias, o correto é as pessoas o identificarem por si mesmas, pelos sinais que vinha fazendo e pelo anúncio da Boa Nova. A grande procura por Jesus para livrá-los das enfermidades, pode parecer para os céticos uma forma barata e superficial de fé, sem custos, buscando apenas o benefício de se livrar das enfermidades. Mas, sem sombra de dúvida, essa forma de pensar pode ser descartada, pois sem a devida fé, e muita fé, não aconteceria cura nenhuma, pois o próprio Jesus declarava: “A tua Fé te salvou”. E quando curava estrangeiros afirmava “em Israel, nunca vi tamanha fé”. A cura não aconteceria para aproveitadores. Nem mesmo a Herodes conseguiu se dar o gosto presenciar algum sinal de Jesus na frente dele para matar a curiosidade e ver um espetáculo sensacionalista (Lc. 23:8).

Revdo. Luiz Sírtoli
Palmas/TO

Texto para Meditação
“Devo anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus também para as outras cidades, porque para isso é que fui enviado”. Lucas 4:43

Intercessão
Oremos por todos os que sofrem necessidades, são enfermos e precisam de cuidados especiais e para que a bênção da saúde possa capacitar mais pessoas no exercício do serviço solidário.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Salmos 88 ou 91, 92
Ester 8:1-8, 15-17 ou Judite 13:1-20
Atos 19:21-41
Lucas 4:31-37

Fazer pelos outros

No recorte de hoje do Evangelho de Lucas, se apresenta Jesus ensinando e agindo de forma desconcertante. Ele dá ordens ao espírito mau e este lhe obedece sem resistência, algo incomum na época. Antes Jesus o manda se calar, ao que também obedece. O espírito mau já estava falando demais. Certamente isso deve ter causado admiração, ou espanto em todos (v 36). Mas Jesus não queria ser apresentado por “espíritos maus”, pois é algo muito mais profundo que leva o povo a perceber a origem divina de Jesus, aquilo que somente os olhos da fé são capazes de notar.
No livro de Ester, o texto indicado mostra como a presença feminina é capaz de remover a dureza do coração que, em geral, os reis trazem consigo. O rei Assuero se curvou diante de Ester admirado com sua sinceridade, atendendo prontamente ao principal pedido dela, a quem não lhe interessava as riquezas do reino, mas sim revogar o plano de morte contra os judeus, tramado por Amã (escrito e lacrado com o anel real, dando-lhe um caráter irrevogável). Assim Ester salva seu povo judeu da sentença de morte.
Tanto a ação de Jesus, quanto a de Ester são de desapego total, em favor do povo, necessitado e ameaçado de morte. Jesus e Ester mostram aquilo que não traz retribuição econômica, nem fartura material, mas sim o que faz a vida ganhar sentido e encher-se de uma gratuidade que não tem preço.

Revdo. Luiz Sírtoli
Palmas/TO

Texto para Meditação
“Como poderia eu contemplar a desgraça que atingiria o meu povo? Como poderia contemplar o extermínio da minha família?” Ester 8:6

Intercessão
Oremos para que saibamos colocar o serviço e a gratuidade acima de nossos interesses e que busquemos em tudo a defesa da vida de todas as pessoas, especialmente aquelas condenadas a viver em ambientes de extrema violência e ameaça, e na miséria.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Salmos [83], 117 ou 85, 86
Ester 7:1-10 ou Judite 12:1-20
Atos 19:11-20
Lucas 4:14-30

A força do Espírito maior que o temor

Mais uma vez a força do Espírito é lembrada, na leitura do livro do profeta Isaias onde se encontra a tão significativa passagem em que o Espírito do Senhor envia o Ungido à Missão para a cura e libertação. Jesus é o ungido designado por Deus e anunciado pela boca dos profetas, e Ele próprio o confirmou para maior admiração dos presentes, que naquele momento se cumpria a referida passagem da Escritura. Os sinais fortes da missão que mais tarde levavam os discípulos de João a reconhecerem aquele que devia vir, são o anúncio da Boa Notícia aos pobres, a libertação aos presos, a recuperação da vista aos cegos e a libertação dos oprimidos. Apesar de todos reconhecerem a profundidade das palavras cheias de sabedoria que saiam da boca de Jesus, pairava a pergunta cética sobre a procedência de Jesus, como membro da família de Nazaré. Ao se defender, citando os exemplos da viúva de Sarepta e o profeta Elias, bem como o caso da cura de Naamã por Eliseu, Jesus parece ter cutucado a onça com vara curta, o que lhe custou à expulsão da cidade e quase a vida precipício abaixo, não fosse sua habilidade em escapulir-se. Muitas vezes esse é o preço da honestidade. Qual seria nossa reação, numa circunstância dessas?

Revdo. Luiz Sírtoli
Palmas/TO

Texto para Meditação
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar o ano de graça do Senhor”. Lucas 4:18

Intercessão
Oremos por aqueles que se dedicam ao Ministério da Proclamação da Boa Nova, para que tenham coragem e ousadia em manifestar a vontade amorosa, inclusiva e libertadora de Deus em Cristo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Salmo 119:97-120 ou 81, 82
Ester 6:1-14 ou Judite 10:1-23
Atos 19:1-10
Lucas 4:1-13

Guiados pelo Espírito Santo

Na leitura de Atos apontada para hoje, vemos como o Apóstolo Paulo, em sua itinerância, chega a Éfeso, onde encontra alguns discípulos, ainda não batizados no Espírito Santo, que tinham recebido o Batismo de João, apenas como sinal de arrependimento para o perdão dos pecados. Batizados então em nome do Senhor Jesus, ao impor Paulo as mãos sobre eles, começaram a falar línguas e profetizar. Por coincidência, eram doze. Sendo assim entendemos que maturidade da fé cristã só se realiza mediante a ação do Espírito Santo. Entende-se que o falar línguas, muito mais daquilo que é explorado hoje como forma sensacionalista por parte de algumas Igrejas Pentecostais para impressionar, se trata de uma mudança na vida das pessoas que o Espírito causa, impulsionando-as à ação através do Sagrado e em direção à missão. É a força do Evangelho que faz as pessoas se encantar pelo Reino e lutarem por ele.
Por outro lado, o Evangelho de hoje nos relata os quarenta dias de deserto de Jesus, que busca o retiro para se preparar para o início de sua grande missão. Juntamente à relação íntima com o Pai, onde Ele busca a totalidade da revelação, passa por tentações que o mundo apresenta. O maligno não perde tempo em tentar persuadir Jesus e reverter o sentido de sua missão. Para os três casos, Jesus se sentiu seguro e preparado para responder com categoria ao demônio. Como nós estamos trabalhando as tentações que se nos apresentam hoje? Sabemos ser críticos, ou cedemos comodamente?

Revdo. Luiz Sírtoli
Palmas/TO

Texto para Meditação
“Repleto do Espírito Santo, Jesus voltou do rio Jordão, e era conduzido pelo Espírito através do deserto” Lucas 4:1

Intercessão
Oremos para que a ação do Espírito nos transforme, a partir de dentro, e que nos guie e motive a resistir às tentações egoístas do mundo e a nos dispor alegremente a seguir o caminho da missão.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

S. Mateus, Apóstolo e Evangelista

Salmo 78
Ester 5:1-14 ou Judite 8;9-17; 9:1,7-10
Atos 18:22-28
Lucas 3:15-22

O Espírito que vivifica e transforma

Hoje lembramos aquele que foi cobrador de impostos, Levi ou Mateus, que prontamente atendeu ao pedido do Mestre, deixou tudo, o hospedou e o seguiu. Quero também lembrar que, o final do Evangelho de hoje narra o caráter do batismo de João, com água para a conversão dos pecados, mas o Esperado, diante de quem João se curva, vinha para batizar com “Espírito Santo e com fogo” (separando a palha do trigo). João não se intimida em denunciar Herodes pela sua infidelidade conjugal, mesmo que isso lhe custasse à prisão. Enfim, Jesus também recebe o Batismo como todo o povo e, é nesse instante que a ação do Espírito Santo se manifesta sobre ele com a expressão: “Tu és meu Filho amado! Em ti ponho o me agrado”. O Batismo com o Espírito Santo e com fogo, anunciado por João Batista não é outra coisa senão o poder transformador do Espírito de Deus, capaz de mudar a natureza da vida e das coisas, como o fogo, um dos quatro elementos da natureza. Segundo o filósofo grego Heráclito, o fogo tem o poder de transformar as coisas e até de destruir. Imaginemos por um instante e observemos tudo àquilo que está ano nosso redor. Quase tudo passou pelo fogo. Se até os metais para serem purificados e separados das impurezas, passam pelo calor do fogo, quanto mais o Espírito de Deus é capaz de mudar nossas vidas?

Revdo. Luiz Sírtoli
Palmas/TO

Texto para Meditação
“... Tu és o meu Filho amado! Em ti encontro o meu agrado” Lucas 3:22

Intercessão
Oremos em ação de graças pelo testemunho de São Mateus (apóstolo) e por todas as pessoas que corajosamente expressam seus batismos através de uma vida de testemunho e anúncio da justiça e do amor de Deus.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

John Coleridge Patteson, Bispo da Melanésia e seus companheiros, mártires, 1871

Salmos 88 ou 77[79]
Ester 4:4-7 ou Judite 7:7-1-7,19-323
Atos 18:1-11
Lucas (1:1-4) 3:1-14

Conversão real

Neste dia em que lembramos John Coleridge Patterson e seus companheiros mártires é também lembrada a Revolução Farroupilha; trazemos ao centro a figura de João Bastista, também mártir, o precursor de Jesus, que tão corajosamente pregou o batismo de conversão ao povo que estava na ânsia da chegada do Messias tão esperado. A compreensão do ministério de João Batista começa pelo vínculo com o profeta Isaías aconselhando superar os obstáculos que impedem a mudança devida, expressos pelas metáforas: endireitar as estradas, aterrar os vales, aplainar montanhas e colinas... Assim como Jesus, mais tarde, João foi rigoroso com os hipócritas e simuladores de conversão, chamando-os de “raça de cobras venenosas” e desviadores de atenções. A conversão exige coisas que provem a mudança de vida. Diante da pergunta do povo sobre o quê fazer em concreto, a resposta é clara e direta: “quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. E quem tiver comida, faça a mesma coisa”. É a retomada do projeto Igualitário, experimentado no tempo dos juízes e tão defendido pelos profetas e pelo Filho de Deus. A conversão abrange a todos e surpreende, quando vemos pessoas das diversas classes, como cobradores de impostos e soldados dispostos à mudança, perguntando pela forma de vida proposta por João. Isso demonstra que em qualquer lugar social é possível mudar de vida.

Revdo. Luiz Sírtoli
Palmas/TO

Texto par Meditação
“Façam coisas para provar que vocês se converteram” Lucas 3:8

Intercessão
Oremos por aqueles que, mesmo distantes da verdade, são honestos e anseiam por conversão.

domingo, 19 de setembro de 2010

Teodoro de Tarso, Arcebispo de Cantuária, 690 18º Domingo de Pentecostes

Próprio 20
Salmo 138
Amós 8:4-7(8-12)
1 Timóteo 2:1-8
Lucas 16:1-13

Administração consciente

Estamos diante de situações administrativas, conforme nos relatam as duas leituras e o Evangelho de hoje. Os administradores citados por Amós, e denunciados por ele, não passam de estorquidores e aproveitadores do povo. Impacientes com as festas, que obrigavam ao feriado, ansiavam pelo retorno ao comércio desleal, onde tencionavam a alterar as medidas para se beneficiar e roubar dos pobres, que passariam a se tornar massa de manobra e uma espécie de reféns; pois poderiam ser comprados de forma barata, até por um par de sandálias. A ambição os motiva a vender até o refugo do trigo. Hoje, com formas mais sofisticadas e sutis, a situação dos gananciosos continua presente nas mais diversas formas de produção e consumo. Além de industrializar produtos de má qualidade e curta durabilidade, criam uma máquina propagandística, onde se impõem necessidades desnecessárias, forçando o consumismo. Por ali passam os produtos eletrônicos, que, no máximo em dois anos, são superados e obrigam à aquisição de outros igualmente caros para não ser ultrapassados e manter a competitividade. A força e o ânimo que o Profeta Amós consegue passar para o povo, vítima deste sistema explorador impiedoso, vêm da presença de Deus ao lado do fraco e reserva conseqüências drásticas aos aproveitadores e festeiros à custa do roubo. Diga-se de passagem, que hoje nem as festas são mais respeitadas pelo comércio. Outro exemplo de administração e astúcia é o citado no Evangelho de Lucas hoje. Os espertalhões sempre se antecipam. A fidelidade no que é dos outros e no que é da gente é indispensável. Enfim, não dá para servir a Deus e ao Dinheiro.

Revdo. Luiz Sírtoli
Palmas/TO

Texto para Meditação
“Não posso jamais me esquecer de tudo o que essa gente faz” Amós 8:8

Intercessão
Oremos para que a Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano continue a nos sensibilizar para a boa administração dos bens, colocando-os a serviço de todos.

sábado, 18 de setembro de 2010

Judite 5:1-21
Salmos 75, 76 ou 23, 27
Atos 17:16-34
João 12:44-50

Abraçar a fé

Essa é a metáfora utilizada nos Atos dos Apóstolos para descrever a atitude de alguns membros do areópago ateniense ao ouvir o testemunho sobre o “Deus Desconhecido” enunciado por S. Paulo. É bem verdade, que S. Paulo deixou o areópago debaixo de deboches, risadas e caçoadas, entretanto suas palavras foram suficientes para que outros deixassem o mesmo lugar, debaixo dos deboches ululantes dos sábios atenienses. Eles abraçaram a fé! É o mesmo que dizer que tomaram parte de uma loucura tão insana, como é a mensagem da Ressurreição. O próprio S. Paulo nos lembra disso, que a mensagem do Evangelho é loucura para os homens. Abraçar a fé é dar um passo corajoso diante de algo misterioso que nos foi revelado ao coração. Abraçar a fé, representa sair do lugar que nos é seguro, mas que é um erro. Sair do comodismo da razão, sair do bem-estar da lógica, sair do conforto da compreensão e partir para a convicção em algo superior, partir para a certeza do mistério, partir para a evidência da revelação.

Revdo. Josué Soares Flores
Caxias do Sul/RS

Texto para Meditação
“Alguns, porém, se uniram a ele e abraçaram a fé.” Atos 17:34

Intercessão
Oremos pelos missionários, evangelistas, leigos e clérigos, que anunciam o Evangelho.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Judite 4:1-15
Salmos 69:1-23(24-30)31-38 ou 73
Atos 17:1-15
João 12:36b-43

Me tomaste pela mão

Quando somos crianças, assim que começamos nossos primeiros passos, nossa segurança está nas mãos de nossos pais, que nos socorrem e nos auxiliam, nos guiam e nos conduzem. São estas mãos fortes e grandes que nos dão coragem para continuar com o passo seguinte. Estas mesmas mãos, nos lembram que não estamos sós. Eles sempre estão conosco. Nos dias de enfermidade, pegamos nas mãos de nossos pais e sentimos conforto e paz, sentimos atenção e segurança.
Quando temos que tomar decisões e atitudes, quando temos que sustentar nossos lares e famílias, àqueles que são frágeis e estão sob nossos cuidados, somos tomados pelo medo e pânico. Não temos mais nossos queridos pais que tomavam conta de nós e de tudo por nós. Agora estamos só e há muito que depende de nós. Essa é a sensação! Mas o salmista nos lembra que não estamos só. Deus mesmo nos toma pela mão! Ele fortalece nosso coração. Ele é nosso refúgio.

Revdo. Josué Soares Flores
Caxias do Sul/RS

Texto para Meditação
“Ainda assim estou sempre contigo; tu me tomas pela mão.” Salmo 74:23

Intercessão
Oremos pelos pais e responsáveis por lares e famílias.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Jó 28:1-28
Salmos [70], 71 ou 74
Atos 16:25-40
João 12:27-36a

A Sabedoria

Nos espantamos cada vez mais com a capacidade criativa e intelectiva do ser humano. Cada dia, novas invenções, cada dia novas descobertas, cada dia novas riquezas. Exploramos a terra, as águas, os ares. Exploramos o Universo, as estrelas, os planetas. De tudo, tiramos riquezas que nenhuma outra criatura poderia imaginar. O sábio escritor do livro de Jó, nos alerta sobre isso, pois embora avancemos em nossa busca material, nossa pergunta principal nunca é respondida. Nos sentimos, apesar de tantas invenções e descobertas, sempre sozinhos, sempre vazios. Nenhuma desses importantes avanços, substituem a sabedoria. Mas ela não pode ser encontrada nos lugares em que encontramos nossas supostas riquezas. Ela não pode ser encontrada em nós mesmos. Ela não pode ser ensinada ou aprendida. A sabedoria consiste portanto, em temer ao Senhor. Somente um coração profundamente temente a Deus, encontrará resposta às perguntas que nos levam à exploração sem conquistas, às descobertas sem vida. A sabedoria de Deus nos completa em plenitude.

Revdo. Josué Soares Flores
Caxias do Sul/RS

Texto para Meditação
“A sabedoria consiste em temer ao Senhor, e a inteligência está em afastar-se do mal.” Jó 28:28

Intercessão
Aos doutores, intelectuais e professores. Aos mestres, discípulos e alunos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Jó 42:1-17
Salmos 72 ou 119:73-96
Atos 16:16-24
João 12:20-26

Queremos ver Jesus!

Há muitos que se enganam quando vão à igreja esperando lá encontrar Jesus. Jesus disse que estaria onde dois ou três estivem reunidos em seu nome. Isso quer dizer que esses reunidos são verdadeiros discípulos. Mas o discipulado cristão, conforme S. João é um constante desprezo pela vida no mundo, ou seja, desapego ao conforto material, desapego aos partidarismos e filosofias alternativas de vida, desapego aos esoterismos que prometem a satisfação religiosa. O discípulo de Cristo é conhecido pelo serviço! Jesus disse: “E onde eu estiver, aí também estará o meu servo”. O contrário também é verdadeiro: onde estiver meu servo, aí também eu estarei. Então, se queremos ver Jesus, precisamos encontrá-lo nas muitas faces do serviço solidário, e surpreendentemente, perceberemos que Ele está em muitos lugares que desprezamos, que Ele está com pessoas, que nunca diríamos serem servos de Cristo.

Revdo. Josué Soares Flores
Caxias do Sul/RS

Texto para Meditação
“... Senhor, queremos ver Jesus.” João 12:21c

Intercessão
Oremos pelos filantropos e pelos voluntários sociais.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dia da Santa Cruz

Números 22:21-38
Salmos [120], 121, 122, 123 ou 124, 125, 126, [127]
Romanos 7:1-12
Mateus 21:23-32

Lei: uma memória de nossas falhas

A Lei existe, não por acaso, mas para lembrarmo-nos de nosso estado de barbárie e selvageria humana. A Lei é um “contrato social”. O direito a propriedade privada por exemplo, é uma lembrança de que todo indivíduo tem direito de posse, por aquilo que adquiriu através de troca do trabalho. Se não houvesse esta lei, entendemos que qualquer um pode tomar indevidamente o que não é ser por direito conquistado pelo seu trabalho, o que nos levaria sempre à guerra e a disputas belicistas. Entretanto, a Lei, conforme S. Paulo, foi substituída pelo Graça de Deus. É pela graça que desenvolvemos a morte para a Lei, frutificamos e submetemos nossos instintos egoístas. A atitude solidária, fraternal, amorosa da comunidade cristã primitiva é reflexo de sua profunda conversão aos valores do Reino. Não faz mais sentido vivermos para a Lei, mas morrermos para ela e vivermos para a Graça de Deus. Não será pela Lei que encontraremos Justiça, Paz e Equidade, mas pela graça, que nos transforma em novas criaturas com novos valores.

Revdo. Josué Soares Flores
Caxias do Sul/RS

Texto para Meditação
“Mas agora, morrendo para aquilo que nos aprisionava, fomos libertos da Lei, a fim de servirmos sob o regime novo do Espírito, e não mais sob o velho regime da letra.” Romanos 7:6

Intercessão
Pelos injustiçados, pelos oprimidos, pelos que ainda não receberam a graça de Deus.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

S. Cipriano, Bispo e Mártir de Cartago, 258

Jó 40:1-24
Salmos 56, 57, [58] ou 64, 65
Atos 15:36-16:5
João 11:55-12:8

Meus passos inseguros

São tantas as opções, oportunidades, alternativas que nos aparecem todos os dias que vivemos cada vez mais inseguros. Vivemos assim, porque tememos escolher errado, porque tememos levar prejuízos, porque tememos afetar terceiros com escolhas erradas. Antigamente, não haviam tantas opções como temos hoje. Para qualquer objeto, por mais insignificante que seja, temos muitas centenas, talvez milhares de opções. E nossa vida é também repleta dessas escolhas. O mundo vive num constante estado de insegurança.
Há também a insegurança pela própria vida. Tememos o mal que a qualquer momento, em qualquer lugar, pode nos assaltar, levando nossa integridade física, nossos bens, e o que é muito pior, nossa vida. Daí, pela insegurança, nos “encastelamos” em verdadeiras muralhas elétricas.
O salmista, no salmo 56 nos diz que Deus conhece nossa insegurança e recolhe nossas lágrimas. É em Deus que devemos confiar nossas vidas, nossas decisões, nossos dias.

Revdo. Josué Soares Flores
Caxias do Sul/RS

Texto para Meditação
“Tu contas os meus passos inseguros e recolhes minhas lágrimas ...” Salmo 56:8a

Intercessão
Oremos pelos traumatizados pela violência e pelos inseguros em tomar decisões.

domingo, 12 de setembro de 2010

17º Domingo depois de Pentecostes

Próprio 19
Êxodo 32:1, 7-14
I Timóteo 1:12-17
Salmo 51:1-11(13-18)
Lucas 15:1-10

Paciência e Longanimidade

Ocorre que cada vez mais, temos menos tempo. Menos tempo para o lazer, menos tempo para os amigos, menos tempo para os pais, menos tempo para os filhos, menos tempo para nós mesmos! Apesar de toda a tecnologia que, tem nos poupado tempo, com transportes cada vez mais rápidos, comunicação mais eficiente e barata, redução da carga horária de trabalho, facilidade de créditos para financiar nosso lazer, estamos sempre correndo contra os ponteiros, e parece que a areia da ampulheta nunca é suficiente para nós.
No Êxodo, lemos que durante o retiro de Moisés para receber do Senhor, a Lei para o Povo, a impaciência com a demora, os levou a uma sucessiva descrença em Javé. Foi a impaciência que gerou a desespero, e o desespero gerou a desobediência. Fizeram para si, um outro deus, elegeram outro líder e tentaram seguir suas vidas.
Deus não nos responde em função de nossa pressa. Deus não agirá em nosso favor em função de nossa “correria”. Mas nós, erramos quando não esperamos em Deus. Nós falhamos quando fazemos o que Deus quer fazer por nós. Neste tempo tão veloz, tenhamos sempre nosso tempo confiado ao Deus soberano.

Revdo. Josué Soares Flores
Caxias do Sul/RS

Texto para Meditação
“... vejo que este povo, é um povo de cabeça dura.” Êxodo 32:9b

Intercessão
Oremos em favor dos ansiosos, apressados e inseguros.

sábado, 11 de setembro de 2010

Salmos 55 ou 138, 139
Jó 38:1-17
Atos 15:22-35
João 11:45-54

Vem e vê

O preconceito é um mal que a humanidade carrega desde que formulou o seu primeiro pensamento. Não temos como nos livrar de “pré-julgar” alguém. A pergunta é: o que faremos, então, com nossos preconceitos? Vejam que Nicodemos tinha “pré-conceito” contra Jesus e Felipe o convida a ver que é mesmo Jesus. Então, sempre que possível tentemos conhecer a realidade das pessoas antes de emitir conceitos sobre elas ou suas atitudes. Por outro lado, sabemos que nem sempre poderemos conhecer tudo, então, o convite é a sermos humildes e renunciarmos, em nome de Cristo, a emitir sentenças rígidas e definitivas sobre pessoas ou fatos que não conhecemos. Porque temos que ter, como dizia Raul Seijas, “uma idéia formada sobre tudo”? O que Jesus nos pede é que tenhamos amor por todos, pelos que conhecemos e desconhecemos.

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“As palavras da sua boca eram mais macias do que a manteiga, mas havia guerra no seu coração: as suas palavras eram mais brandas do que o azeite; contudo, eram espadas desembainhadas.” Salmo 55:21

Intercessão
Oremos para que os nossos preconceitos não impeçam que exercitemos o amor inclusivo de Deus a cada dia.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Salmos 40, 54
Jó 29:1; 31:24-40
Atos 15:12-21
João 11:30-44

Jesus chorou

Tem gente que chora muito. Eu sou uma destas pessoas. Minha filha e filho, quando estou vendo um filme mais emocionante ficam espionando para ver quando vou chorar. Já fiz sermão chorando. Dizem que sou “emo” (uma tribo juvenil que gosta de emoções). Se eu gosto de chorar? Não, não gosto. Um paroquiano meu, me lembro bem, chorava em todo sermão no que se falava de imagens do campo. O bom para nós “emos” e afins é que Jesus chorou. Este momento é lembrando justamente no prefácio do rito de encomendação e sepultamento. Chorar não faz mal, nem faz bem. Chorar é uma das emoções básicas e naturais da vida, como rir e falar ou gritar. Não fazemos isso ao nascer? Se Jesus chorou foi para mostrar que sendo Deus é também profundamente humano! Não dá para acreditar na divindade de Cristo se não reconhecermos sua profunda humanidade. Não dá para adorar Cristo se negamos nossas fraquezas, se refreamos nossas alegrias e aprisionamos nossas emoções. Claro que viver a fé é muito mais do que rir ou chorar. Mas, também é isso, não esqueça!

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“Não escondi a tua justiça dentro do meu coração; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação. Não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.” Salmo 40:10

Intercessão
Oremos para que Jesus se revele profundamente em sua humanidade e que a partir dela reconheçamos o sentido encarnado de sua divindade.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Salmos 50 ou [59, 60] 93, 96
Jó 29:1; 31:1-23
Atos 15:1-11
João 11:17-29

Não teria morrido

Hoje as maiores vítimas da violência são pessoas jovens! Mas a morte desta gente não se dá no dia do seu falecimento. As nossas juventudes estão sendo mortas me suas próprias casas, quando outras pessoas, agora pais e mães, se viram superados por uma avalanche de propaganda e consumismo, pela ânsia de ganhar e pelo desdém a dialogar. Depois as juventudes morrem nas escolas com um sistema que não educa, que mal prepara para aprender mais, salvo raras exceções. Nas escolas ricas o bullying vem de mão dada da “moda”. Nas pobres a criminalidade gera os “bondes” ou “gangues” juvenis. Os professores e professoras ficam largados no meio desta realidade sem nada, às vezes nem o salário é digno obrigando-os a trabalhar em vários lugares. As juventudes morrem por falta de saúde preventiva. Morrem por que há armas e drogas entrando como água e correndo como rios. Morrem em um trânsito caótico e sem fiscalização. Enfim, sempre morrem. Diante disso poderíamos dizer que se Jesus tivesse estado ali não teriam morrido! Mas, o que Jesus diz é: “acreditas na ressurreição”? Eu vejo juventudes ressuscitando em movimentos solidários, na participação política organizada, na Igreja. Isso me faz acreditar que minha juventude não morreu, que pode ressuscitar se tiver coragem de aprender com esta gente nova, como fazer o milagre!

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.” João 11:25

Intercessão
Oremos pela campanha nacional da juventude contra a violência e por todos os movimentos de jovens que buscam um mundo melhor, em especial, pela União da Juventude Anglicana (UJAB).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria

Salmos 119:49-52 ou 49, [53]
Jó 29:1; 30:1-2, 16-31
Atos 14:19-28
João 11:1-16

Andar de dia

Quantas vezes caminhamos sem olhar aonde vamos. Nossas mentes estão sempre cheias, sempre um passo à frente. Sempre distantes. No entanto, a realidade é isso que está na nossa volta, e nós sem querer, desperdiçamos a maior parte da realidade porque queremos nos preparar para uma pequena parte dela (aquela que ainda não vimos). Jesus disse que se andarmos de dia não tropeçaremos. Gente! Lembremos que o caminho é tão importante, ou pode ser mais importante, quanto o destino. Temos que estar atentos ao que acontece na nossa volta e certamente veremos, como fala a Oração Eucarística A do Livro de Oração Comum (p.83), a “mão – de Deus – agindo no mundo que nos cerca”. Quem não se sentiu abandonado por Deus? De fato é difícil entender como e por que Deus permite e faz determinadas coisas (como a morte de Lázaro). Mas, se olharmos para a luz do dia veremos que a força de Deus, o seu Santo Espírito, nos rodeia como um manto, nos cobre como um teto, nos sustenta como a terra e nos impulsiona como o vento!

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo.” João 11:9

Intercessão
Oremos para que diante das tragédias e das fraquezas desta vida sintamos a presença de Deus e seu amparo e companhia.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dia da Pátria

Salmos 45 ou 47, 48
Jó 29:1-20
Atos 14:1-18
João 10:31-42

Patria Mater

Pátria é uma palavra que vem de “Pai”, que na nossa cultura no dá nome. Jesus fala do nome do Seu Pai. Brasil é a nossa pátria. Desta forma somos gente “brasileira”. Me lembro da música de Jaci Maraschin: “Como vamos cantar este canto imprevisto, tão distantes do lar, tão num mundo sem Cristo, a canção do Senhor, contra toda canseira, tem de ser um clamor, na terra brasileira”! A Pátria cansa tanto quanto qualquer identidade. Tem gente cansada de pertencer a humanidade e prefere os animais. Tem gente cansada de pertencer a sua família biológica e se afasta, e até nega suas origens. Tem gente cansada de ser latino-americana e prefere se parecer com norte-americanos e europeus e vice-versa. Tem gente cansada de ter princípios políticos e se entrega ao “toma-lá-dá-cá”. Tem gente cansada de ser Igreja, ou de ser uma igreja, e quer viver sem deus ou fundar alguma igreja a sua imagem e semelhança. Tinha gente cansada de Jesus e seu Pai e queria o apedrejar e matar. Mas, diante de tanto cansaço surgem um clamor, como o Grito dos Excluídos, surgem pessoas que ainda acreditam em ser gente, ser família, se latino-americana e ser brasileira. De onde vem toda essa coragem, se não do próprio Deus. Dediquemos a Deus nossa identidade, e o cansaço será transformado em coragem, alegria, vida e paz.

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu nele.” João 10:38

Intercessão
Oremos por nossa Pátria Brasileira, e por fé e coragem para enfrentar os desafios de nosso tempo em nome de Cristo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Salmos 41, 52 ou 44
Jó 32:1-10,19-33:1,19-28
Atos 13:44-52
João 10:19-30

Minhas ovelhas ouvem minha voz

Eu sei que a imagem de “ovelhas” para os seguidores e seguidoras de Cristo não agrada a muita gente. Este animal é tão passivo, tão sem personalidade e sem iniciativa, que parece a negação da liberdade que nos foi dada em Cristo Jesus. Mas, se olharmos as ovelhas com olhar do Pastor? Depois de tudo que nos chama de “ovelhas” é o Bom Pastor! Então veremos o grande amor e ternura com que Jesus nos considera. Ele diz que as suas ovelhas ouvem sua voz. Você já ouviu a voz de Jesus? Essa voz é tão maravilhosa, tranqüila e restauradora que pouco me importaria ser chamado de “ovelha” se esta é a condição para ouvir esta mensagem de paz. Que seja ovelha para a voz de Cristo! Sim, não importo em ser ovelha, se Cristo for o meu pastor!

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.” João 10:27-28

Intercessão
Oremos para que tenhamos a humildade e o amor suficientes para ouvir a voz de Jesus nos guiando.

domingo, 5 de setembro de 2010

16º Domingo de Pentecostes

Próprio 18
Salmo 1
Deuteronômio 30:15-20
Filemon 1-20
Lucas 14:25-33

Levar a Cruz

O Evangelho nos fala da necessidade de carregar a Cruz para seguir Jesus. Na Paróquia da Graça Divina em Viamão, onde fui pároco por doze anos, um paroquiano, já falecido, Nelson Feula, teve a idéia de fazer uma “cruz deitada”, isto é, uma cruz na posição em que Jesus a teria carregado. Ele pediu autorização para o pároco anterior e a colocaram escondida embaixo de uma escada. Ali ficou por anos. Um dia tivemos que fazer uma nova porta para o Salão Paroquial e, no meio do caminho, estava a cruz deitada. Então me perguntaram: “o que faremos com a cruz, reverendo?” Era uma boa chance de se livrar dela! Mas como a Igreja não tinha uma torre que a identificasse, eu disse, vamos colocá-la bem à vista, na frente da Igreja (onde havia uma parada de ônibus). Assim foi feito. A nossa Paróquia que era quase invisível passou a ser vista! Ganhou o apelido de “Igreja da Cruz Deitada”. Podíamos ter nos livrado desta cruz incômoda e desajeitada, no entanto, a carregamos, e assim viram que somos discípulos do mesmo Senhor que fez isso por nós! O que fará com sua cruz deitada?

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” Lucas 14:26

Intercessão
Oremos para que não tenhamos vergonha de nossas cruzes, e que as carreguemos com o mesmo amor com o que Nosso Senhor Jesus Cristo a carregou por nós.

sábado, 4 de setembro de 2010

Salmos 30, 32 ou 42, 43
Jó 22:1-4; 21-23:7
Atos 13:26-43
João 10:1-18

Para que tenham vida!

O texto deste domingo é um dos mais belos textos do Novo Testamento! Jo. 10:10b deve ser, junto com 3:16; um dos versículos mais citados de toda a Bíblia. Quero convidar a abrir a mente e o coração e aprofundarmos nossa meditação sobre o que diz ali. “Eu vim...” Jesus veio, nós não pedimos que viesse, e muitos dos que o esperavam não o reconheceram. Jesus vem a nossa vida! Sim, ele está vindo, hoje, antes de você pedir ele estava ali, quando você se esqueceu dele, também estava ali. “Para que tenham vida”, certo, este é o objetivo da vinda diária de Jesus ao nosso encontro. Mas, já estamos vivos. Sim, no entanto, a vida que Jesus veio trazer é a vida que vem do próprio criador, é a vida no seu sentido eterno, imponderável, incorruptível. Jesus não quer apenas que vivamos “uma” vida, mas “a vida”. “E a tenham com abundância”, sim, desde agora! Não precisamos “morrer” para “viver”; mesmo que a morte não impeça a continuidade da vida em Cristo. Abundância não são “riquezas monetárias”, até porque, neste mundo, toda riqueza carrega algo de injustiça. Mas, trata-se de riquezas eternas, as riquezas que não nos diferenciam e separam (como as deste mundo injusto), mas as que no unem e aproximam como o amor, a compreensão, a misericórdia, a justiça e a paz.

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“Ouve, SENHOR, e tem piedade de mim, SENHOR; sê o meu auxílio.” Salmo 30:10

Intercessão
Oremos para que confiemos na presença de Cristo em nossa vida, que na prosperidade material nos torne mais generosos e dispostos à partilha e que na necessidade nos torne confiantes e perseverantes em seu amor.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Salmos 31 ou 35
Jó 19:1-7, 14-27
Atos 13:13-25
João 9:18-41

Quem é ele, Senhor, para que nele creia?

Um homem cego, curado por Jesus, nem sabia quem era Jesus. Como é possível? Hoje há igrejas que repetem: “Crê no Senhor Jesus é serás curado!” Quase obrigam as pessoas a crer para obter a cura prometida. Agora, este homem, foi curado sem nem mesmo saber que o tinha curado. Para os perseguidores de Jesus a cura tinha vindo de um pecador que não guardava o descanso sagrado do Sábado. Então, o homem fica mais confuso ainda, pois o homem que ele não conhecia e que o tinha curado era ainda chamado de “pecador”. Pois irmãos e irmãs, Deus não depende de nossa fé para agir! Ele nos cura através da fé? Sim, mas pode nos curar mesmo quando nossa fé não passa do profundo desejo de ficar sãos. Portanto, a questão não é a cura em si, mas o sentido da cura. Para onde a cura quer nos levar? Certamente este homem teve sua vida transtornada por esta cura. Ele apenas queria ver e agora está no meio de inquérito e de uma troca de acusações. Jesus, então, o encontra e o convida a crer! Crer é o sentido da visão. Mesmo que é cego e crê esta vendo o que muitos com os olhos bons (como os inimigos de Jesus) não conseguiam ver. Este homem agora vê, mas ainda precisava enxergar uma esperança maior, uma esperança eterna, uma esperança que podemos ver de olhos abertos ao nosso redor e podemos ver ainda mais de olhos fechados em nosso interior.

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou.” João 9:38

Intercessão
Oremos para possamos enxergar além de legalismos, aparências e discursos humanos, que possamos ver a presença de Deus em todo ser, em toda dádiva, em toda a criação.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Salmo 37
Jó 16:16-22; 17:1,13-16
Atos 13:1-12
João 9:1-17

Quem Pecou?

A Bíblia mostra como o entendimento de Deus foi mudando ao tempo que Deus se afirmava como Deus. Lamentavelmente tem gente que confunde Deus com sua “teologia” ou “doutrina”, isto é, seu “entendimento de Deus”. Nos primeiros tempos prevaleceu a chamada “teologia da retribuição” pela qual a todo pecado correspondia um sofrimento, e a cada sofrimento um pecado. Mas, esta teologia estava errada, refletia uma visão vingativa de Deus e, um tempo depois, chegou o livro de Jó para mostrar que o sofrimento não devia ser entendido assim. Jó não aceita seu sofrimento, muito pelo contrário, se insurge contra ele e pergunta: “por quê?”. A pergunta do texto de hoje é: “Onde, pois, estaria agora a minha esperança?” (Jó 17:15). No Evangelho, ainda influenciados por esta teologia da retribuição, os discípulos, diante do homem cego de nascença, perguntam: “quem pecou?” (Jo. 9:2). Jesus responde: “foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (9:3b). A teologia da retribuição se preocupava mais com o “pecado” do que com a esperança, aí errava. Hoje também há, os moralistas e doutrinários de plantão, que desprezam a esperança de quem sofria. O pecado não explica tudo, e sim o amor de Deus. Não devemos nos esquecer do pecado, mas o “erro” e a “falha” (sentido de pecado) não são nada mais que desafios na busca do encontro vital, curativo e restaurador com o Senhor da Misericórdia!

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“E o SENHOR os ajudará e os livrará; ele os livrará dos ímpios e os salvará, porquanto confiam nele.” Salmo 37:40

Intercessão
Oremos para que tratemos nossos pecados e os pecados de outras pessoas, mesmo quando sejam contra nós, com o olhar misericordioso com gostaríamos que Deus nos olhasse.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Salmos 38 ou 119:25-48
Jó 12:1; 14:1-22
Atos 12:18-25
João 8:47-59

Morrer ou viver?

Muitos filósofos tem se debruçado sobre a certeza da morte. Há alguns meses morreu o escritor José Saramago (Prêmio Nobel de Literatura), que em uma das suas obras tratou justamente do que aconteceria em uma sociedade onde ninguém consegue morrer (“As Intermitências da Morte”, 2005). Na hipótese da morte cessar de aparecer instalasse um caos existencial, econômico e até político. De fato, sem querer o autor nos mostra que vivemos em uma sociedade economicamente e culturalmente organizada para a morte, e sem a morte vira um caos. Jesus, no entanto, ousa proclamar o fim da morte, não no futuro, mas desde o passado. Abraão, o pai morto do judaísmo, vira testemunha viva da vitória da vida sobre a morte! Segundo Jesus Abraão, além dos limites do tempo e do espaço, conseguiu se alegrar vendo esta vitória. Que escândalo! Como entender nossas relações de cobiça e poder sem a morte? Como fica a pena de morte? Qual é o sentido da herança? Como entendemos o envelhecimento se não é um prelúdio da morte? Pois este desafio está escrito em um livro chamado Evangelho! Não é ficção, é realidade. Para podermos comprovar esta realidade basta apenas confiar na vitória de Jesus e não acreditar em outra certeza que não seja a certeza da vida eterna.

Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre/RS

Texto para Meditação
“Não me desampares, SENHOR, meu Deus, não te alongues de mim.” Salmo 38:21

Intercessão
Oremos para que a certeza da vida vença a frustração e o desânimo e que sempre acreditemos que viver vale a pena.