segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sementes . meditações diárias 2009 - II

Salmo 25, 9, 15
II Cr 6:32-7:7
Tg 2:1-13
Mc 14:53-65

A amnésia

Deus é amor, e por ser assim sua essência, Deus infinitamente nos perdoa de nossos pecados, mesmo quando nós mesmos não temos consciência de que erramos, porque Deus conhece nossa imaturidade, como ocorre com as crianças, que muitas erram porque não foram ainda ensinadas ou educadas suficien-temente para evitar o erro. Mas esse amor de Deus também nos é cobrado para com o nosso semelhante. Deus esquece os nossos pecados e erros, mas nós temos muita dificuldade. Primeiro somos orgulhosos o suficientes para não reconhecermos nossos erros, e quebramos os relacionamentos, ou somos tão duros de coração que achamos que certos erros são imper-doáveis e quebramos a relação. Mas em muitas situações da vida, o ‘perdão’ ocorre, entretanto nas adversidades que sucedem, os fatos do passado voltam à tona e surge uma multidão de antigas acusações, que outrora foram ‘perdoadas’. O perdão insiste inevitavelmente no ‘esquecimento’. Isso não quer dizer que de fato esquecemos, mas que não mais utilizaremos o fato como acusação. É como àquela pessoa que teve o nome arrolado no SPC. Se fizer nova compra no crediário, o SPC não irá acusá-la de antiga devedora, pois seu débito já foi pago. Amigo, esqueça o que já foi pago.
Josué Soares Flores

“Meus olhos estão sempre postos no Senhor,
porque ele da armadilha livrará meus pés.”
Salmo 25:15

domingo, 30 de agosto de 2009

13º Domingo depois de Pentecostes

Salmo 15
Dt 4:1-9
Ef 6:10-20
Mc 7:1-8,
14-15, 21-23

Fé demais cheira mal

Muitas vezes, em busca de ‘assegurarmos’ nossa certeza e convicção da salvação, tornamo-nos pessoas tão religiosas que convencemos a nós mesmos que não existe santo mais santo que eu! Achamos que o cumprimento de todos os rituais da vida cristã, que o seguimento de todos os preceitos imaculadamente, que nossa assiduidade impecável ao culto, e que todas nossas esmolas são marcas incontestáveis de nossa pureza. No Evangelho de hoje, o grupo dos fariseus acreditava nisso. Eles tinham uma vida ‘pura’ dentro dos preceitos e leis judaicas e por isso julgavam a todos que não observavam os ‘detalhes’ da fé. Jesus ensina-nos que não é o que vem de fora que contamina, mas o que sai de dentro. Não basta cumprirmos a força de lei certos rigorismos religiosos para purificarmos nossas vidas, mas interiorizarmos os valores do Reino, para que nosso coração seja de fato, lavado e puro. Aqueles que se proclamam santarrões, cuidado, pois há muita coisa oculta em seus corações.
Josué Soares Flores

“Louvem todos o Nome do Senhor, porque só o seu Nome é excelso,
a sua glória se eleva acima da terra e dos céus.”
Salmo 148:13

sábado, 29 de agosto de 2009

Athalício Theodoro Pithan, 1966 (1º bispo brasileiro da Comunhão Anglicana)

Salmo 20, 21:1-7(8-13), 110:1-5(6-7), 116, 117
I Re 7:51-8:21
At 28:17-31
Mc 14:43-52

Água mole, pedra dura…

Quantas vezes você já convidou uma pessoa a conhecer Jesus? Uma? Duas? Várias? Pois é, muitas vezes, nós sendo fiéis ao compromisso da evangelização ordenado por N. Sr. Jesus Cristo, nos deparamos com situações como estas, em que por diversas vezes insistimos com alguém, e se quer somos ouvidos. Sta. Mônica, mãe de Sto. Agostinho de Hipona, rezou por durante muitos e longos anos, para que seu filho se convertesse. Demorou muito, Agostinho já era homem feito, pai, doutor e professor, mas o momento chegou, e todo o esforço e dedicação de sua mãe foram compensados com a entrega que Agostinho fez de si próprio, sendo um dos principais doutores da Igreja. Com Lutero também foi assim. Durante uma forte tempestade, ele que já era homem feito, temendo os raios que sequencialmente caiam ao seu redor, entregou-se integralmente para Cristo sob seu livramento. A oração foi atendida e Lutero foi um dos mais notáveis reformadores da Igreja. Talvez você já tenha até mesmo esquecido daqueles que tanto insistiu em apro-ximar de Cristo, ou esteja sem forças para continuar, ou ainda já foi tão ridicularizada por sua fé, que prefere a discrição. Lembre-se: todo joelho se dobrará e con-fessará, que Cristo é o Senhor!
Josué Soares Flores

“Responda-te o Senhor no dia da tribulação;
ponha-te em segurança o santo Nome de Deus.”
Salmo 20.1

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sto. Agostinho, bispo de Hipona, 430

Salmo 16, 17, 22
I Re 5:1-6:1,7
At 28:1-16
Mc 14:27-42

Eu, um Levita

Muitos de nós herdamos o costume de nossos pais, de sempre aos domingos irmos à igreja, para falarmos com Deus e ouvi-lo também. Sucessivamente este cos-tume se torna algo tão mecânico que esquecemos mesmo o porquê de estarmos ali, e tudo faz parte de um ritual semanal. Um versículo do Salmo que nos encanta é o que diz: “- Alegrei-me quanto me disseram, vamos à Casa do Senhor!” Há quem pense que na igreja, quanto mais sérios e carrancudos estamos, mais espirituais e respeitosos somos com as ‘coisas’ de Deus. Mas a verdade é que Deus não nos quer assim, Ele deseja a expressão de alegria e júbilo pela vitória do Povo de Deus lembrada em toda a liturgia. Os levitas eram aqueles que se dedicavam exclusivamente ao cuidado do Templo. Hoje, Deus também te chama para ser um Levita. Isso quer dizer que você é chamado para expressar com louvor e gratidão, e isso só se faz de um jeito: com alegria!
Josué Soares Flores

“O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice; tu és da minha sorte o sustentáculo.”
Salmo 16:5
Salmo 18:1-20
(21-50)
I Re 3:16-28
At 27:27-44
Mc 14:12-26

Quando a fé parece falhar

Você já passou uma crise de fé? Ao longo da vida, nós passamos muitas vezes por ela, e às vezes nem nos damos conta disso. A criança de forma sincera questiona as aparentes incoerências e desarmonias dos relatos bíblicos, porque sua compreensão é concreta. O jovem questiona os valores de sua fé, associando-a sempre a valores de uma geração que não a sua. O adulto ques-tiona a eficácia da fé, em meio à doença, ao desemprego, a depressão. O idoso questiona a segu-rança da fé, em meio à solidão e a morte. Em muitos relatos bíblicos também testemunhamos que os grandes heróis da fé também questionaram a si, a suas crenças e a Deus. Essa inquietação é salutar, pois amadurecemos, entretanto muitos também se jogam ao difícil dilema de compreender o mistério da fé. A fé é um dom de Deus, nós a recebemos como uma graça, mas é preciso estar disposto, pois Ele está à porta e bate, e se nos abrirmos, partilharemos do encontro com o impossível, como S. Tomé afirmara. O que crê nunca perde a esperança, mesmo quando parece demorar, mas o que abandona a Cristo, talvez nunca tenha tido fé, pois a fé não costuma falhar!
Josué Soares Flores

“És tu quem acende a minha lâmpada; o Senhor, Deus meu, alumia a minha escuridão.”
Salmo 18:28

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Salmo 119:1-24,
12, 13, 14
I Re 3:1-15
At 27:9-26
Mc 14:1-11

Minha Oferta

Em nossa caminhada cristã, oferecemos nosso tempo a Cristo, indo à igreja, cumprindo os rituais, fazendo o serviço diaconal aos necessitados, e separando algum momento de nosso dia para meditar, orar e estudar a Palavra de Deus. Achamos que isso é o suficiente como culto e sacrifício de louvor a Cristo. No Evangelho de hoje, Jesus é sur-preendido por uma mulher que derrama sobre sua cabeça um perfume muito valiosíssimo. Mas sua sur-presa não é com a atitude da mulher, senão com a dos discípulos que ao invés de contemplar o ato, criticaram-na. O perfume é a essência das coisas, flores e frutos. O perfume daquela mulher representa a essência de seu próprio ser. Quantos de nós realmente fizemos isso? Derramamos aos pés do Salvador 'tudo' o que somos, para que Ele seja glorificado? Jesus disse que àquela mulher nunca mais seria esquecida, porque são verdadeiros amigos de Deus àqueles que têm coragem de dar sua própria essência como tributo de adoração. Basta agora olhar para si e se perguntar: “- Que essência eu tenho para ofertar?”
Josué Soares Flores

“Como pode um jovem guardar puro o seu caminho? Conduzindo-se pela tua palavra.”
Salmo 119:9

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Salmo 5, 6, 10, 11
I Re 1:38-2:4
At 26:24-27:8
Mc 13:28-37

Ventos contrários

Você já teve um sonho, algo que quiz muito, ou que desejava fazer e que apesar de tanto esforço e dedicação, tudo deu errado e hoje você olha como uma tolice do passado? Os sonhos de vida, muitas vezes são irreais demais, fantasias surreais que construímos para nós mesmos e que ingenuamente pensamos que poderá dar certo. É este o sonho de milhares de pessoas que semanal-mente apostam na loteria. Sonham em ter uma vida de marajás. As chances de acontecer são remotas. Entre-tanto existem aqueles sonhos possíveis e tangíveis, mas que por uma constelação de pormenores, nos impedem de conquistá-los. O sonho de ser aprovado no vestibular, ou mesmo de se formar. O sonho de casar e constituir família. O sonho de ser um profissional bem sucedido e respeitado, etc. Alguns de nós vamos abandonando essas buscas e deixamos que os 'ventos contrários' interrompam o percurso de nossa jornada. Não seja pessimista, e nem dê ouvidos aos pessimis-tas, pois nada para eles está bom ou dará certo, mesmo que seja o contrário. Na vida, muitas vezes sentimos ‘os ventos’ soprar à popa, e admitimos que coisas fantásticas ocorrem rapidamente, mas o contrário também ocorre, e o sábio não pula do barco, mas diminui a velocidade de sua jornada.
Josué Soares Flores

“Mas por tua misericórdia entro em tua casa; prostro-me voltado para teu santo templo com respeitoso temor.”
Salmo 5:7

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

S. Bartolomeu, Apóstolo

Salmo 1, 2, 3, 4, 7
I Re 1:5-31
At 26:1-23
Mc 13:14-27

As divisões começam dentro de casa

Muitas vezes nos preocupamos e investimos muita energia nas divisões entre as pessoas no mundo. São muitas, sexismos, partidarismos, ideologismos, fundamentalismos, etc., milhares de divisões entre os povos. Mas esquecemos que as divisões mais fun-damentais e básicas que enfrentamos começam ‘dentro de casa’. Foi assim na casa de Abraão. Assim também entre José e seus irmãos. Foi assim entre os discípulos, e infelizmente é também conosco. No texto do Antigo Testamento de hoje, esta divisão ocorre na Casa de Davi, entre seus filhos. Cada um deles divide o reino em partidos políticos, partidos eclesiásticos e dividem a própria família. Muitos de nós vivemos nesta situação. Não nos entendemos e pouco nos esforça-mos para isso. Fazemos poucas tentativas de recon-ciliação e diálogo para o consenso. Em muitas casas, tristemente, sobre o esquife dos pais, caem às más-caras e os sentimentos de ódio e revolta são declarados intimamente. As consequências daquilo que cultivamos ao longo de nossas vidas no lar, são colhidas na madurez, mas também a escolha que cada um fazemos reflete quem realmente somos: sábios ou tolos.
Josué Soares Flores

“Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos maus perecerá.”
Salmo 1:6

domingo, 23 de agosto de 2009

12º Domingo depois de Pentecostes

Salmo 16, 34:15-22
Js 24:1-2a,
14-25
Ef 5:21-33
Jo 6:60-69

Socorro sempre Presente

Vivemos dias de insegurança. Dias que em não temos paz em poder sair com a família ou amigos aos lugares de lazer e entretenimento que mais apreciamos. Em qualquer lugar a qualquer momento, nossos olhos estão sempre alerta vigiando o perigo eminente, como se estivéssemos realmente em uma selva, evitando às tocaias da vida. A selva é uma imagem muito própria do contexto social, pois o caos urbano gerado pela miséria e empobrecimento da população, associados a tantos outros fatores como a drogadição e crime organizado, gerou uma atmosfera de selvageria e barbárie. A segurança pública e os sistemas de segurança privados, não conseguem dar a sensação de tranquilidade que deveriam. Por isso, todo dia que levantamos de nossas camas e deitamos ao final da noite, num pequeno intercurso de horas que passamos acordados, percebemos por quantas situações, Deus nos dá seu livramento, socorro e auxílio em situações que imaginaríamos o pior. É o trânsito, é a universidade, é o trabalho, é o parque, etc., em todos esses lugares Deus está sempre conosco guardando-nos do mal. Por isso, nossa única segurança é que Deus nunca falha conosco, é socorro sempre presente.
Josué Soares Flores

“O Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos.”
Salmo 146:9

sábado, 22 de agosto de 2009

Salmo 137:1-6 (7-9), 144, 104
II Sm 23:1-7, 13-17
At 25:13-27
Mc 13:1-13

Os sinais dos tempos

Há quem diga que estamos chegando ao final dos tempos, conforme a previsão da Bíblia. Isso eu escuto há mais de meio século. Temos que reconhecer que as agressões ao meio ambiente tem sido algo extremamente destruidor. E a natureza tem dado a sua resposta! Mas, ao mesmo tempo, está havendo uma conscientização que, embora pequena, nos dá a confiança de que este é o melhor caminho.
Jesus, em São Marcos 13:10, nos diz: “Mas antes a Boa Notícia deverá ser anunciada a todas as nações.” Nisso está a saída! O papel dos cristãos na sua vida pessoal, no seu trabalho e na sua comunidade de fé é anunciar a Boa Notícia. A Boa Notícia do Evangelho nos fala de amor; o amor que cuida, preserva, recupera, reconstrói e se preocupa com o compromisso que temos com as gerações futuras.
Em São Marcos 13:1-13, Jesus fala de sua vida, morte e ressurreição e, nós sabemos como esta História aconteceu. É a esperança que vem do Cristo Ressuscitado que nos dá a certeza de que um mundo melhor é possível!
Loide Matos Montezano

“Bem-aventurado o povo ao qual assim sucede;
bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor!”
Salmo 144:15

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Salmo 140, 142, 141, 143:1-11(12)
II Sm 19:24-43
At 24:24-25:12
Mc 12:35-44

Tudo o que se tem!

Há, entre as narrativas do Evangelho, algo que é muito bonito. Falo da oferta da viúva que, de tão pobre, doou no templo tudo o que tinha e eram só duas moedas de pouco valor. Jesus, ao perceber isso, aproveitou para ensinar aos seus discípulos que o gesto da viúva, diante de Deus, era maior do que a oferta volumosa dos ricos que entregavam ali o que sobejava em suas bolsas. Este é o nosso compromisso: entregar a Deus tudo o que temos. E o que temos de mais precioso é nossa própria vida. A vida é o nosso tributo ao Criador! Ele nos fez à sua imagem e semelhança e um pouco abaixo dos anjos. Portanto, Deus nos criou para o bem, para o amor, para a gratidão. As pessoas, cujas vidas são norteadas pelas verdades do Evangelho, as quais Jesus veio ensinar, têm sempre motivo para servir aos outros e servir a Deus na Sua Igreja. O coração dos que amam ao Senhor está sempre aberto à generosidade, está sempre cheio de misericórdia, tornando suas as necessidades dos outros. Como o mundo seria mais feliz se cada pessoa fizesse como a viúva do Evangelho, doando a Deus tudo o que tem.
Loide Matos Montezano

“Sei que o Senhor sustentará a causa do oprimido,
e o direito do necessitado.”
Salmo 140:12

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Bernardo, abade de Clairvaux, 1153

Salmo 131, 132, 134, 135
II Sm 19:1-23
At 24:1-23
Mc 12:28-34

Entrega Total

Oamor é a regra básica para as relações entre as pessoas e com Deus. Jesus diz: “O primeiro mandamento é este: Ame ao Senhor seu Deus de todo o seu coração, com toda a sua alma, com todo o seu entendimento e com toda a sua força. O segundo mandamento é este: Ame o seu próximo como a si mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.”
Acreditar nisso e viver assim é como antecipar o Reino, pois essa é a vontade expressa de Deus em Jesus. Os doutores da Lei queriam testar Jesus. Mas apenas conseguem que Ele lhes ensine sobre Deus, o Pai. E o ensino de Jesus é o mesmo até hoje. O amor continua sendo o sentimento que rege o mundo: o amor de uns pelos outros deve ser de partilha e o amor a Deus deve ser de entrega total. Aí está o segredo para a felicidade! Quando nos desprendemos de nós mesmos, Deus nos acolhe por completo e não permite que nada nos falte. Essa entrega é de confiança. Assim deve ser vivido o amor humano, também. Se todos amassem aos outros como amam a si mesmos, a vida frutificaria de forma plena e abundante.
Loide Matos Montezano

“Ó Israel, confia no Senhor, desde agora e para sempre.”
Salmo 131:4

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Salmo 119:145-176,128, 129,130
II Sm 18:19-33
At 23:23-35
Mc 12:13-27

Para César e para Deus

Na passagem do Evangelho de São Marcos 11:13-17, vemos Jesus, com toda a sua sabedoria, fazendo a diferença nas relações com as autoridades do seu tempo, pois queriam que Jesus opinasse sobre as questões de conflito entre o povo, seus líderes e o império. O imposto era o sinal da dominação romana. O povo, porém, precisava de proteção e cuidado. O imposto devido ao governo é dever de cidadania, mas a adoração a Deus é compromisso de todos os filhos e filhas de Deus. Pode uma pessoa ser feliz com sua vida de fé e, ainda, divertir-se, ir a festas e ter paz de consciência? Deus não nos quer tristes ou sem graça. Precisamos saber que, como obra prima da Criação, temos que dar uma resposta pessoal de amor ao Senhor de nossa vida. Ao mesmo tempo, não devemos descuidar de nossa vida de relações com a natureza, com as outras pessoas e com a sociedade. O meio ambiente é, também, responsabilidade nossa. Ter melhor qualidade de vida depende de nossas ações no lugar onde vivemos. Cuidemos de dar a “césar” o que é dele e a Deus, o que de melhor temos em nossa vida!
Loide Matos Montezano

“Bem-aventurados os que temem ao Senhor,
e andam nos seus caminhos.”
Salmo 128:1

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Salmo 121, 122, 123,124, 125, 126
II Sm 18:9-18
At 23:12-24
Mc 11:27-12:12.

O Senhor da Vinha

Em de São Marcos 12:1-12, Jesus conta uma parábola para as autoridades do templo que andavam à espreita para pegá-lo em contra-dição. Jesus fala de uma vinha que um homem preparou para produzir frutos. Este homem entregou tudo para alguns agricultores e foi viajar. Chegada a época da colheita, o homem quis receber a sua parte. Aí, deu tudo errado! Os agricultores não cumpriram com seu compromisso e, ainda, mataram os enviados e, por fim, tiraram a vida do próprio filho do Senhor da Vinha. Jesus fala, então, “sobre a 'pedra' rejeitada pelos construtores que se tornou a mais importante de todas.” Os chefes da religião, entenderam que Jesus se referia a eles e à forma como tratavam o povo, oprimindo e explorando a boa fé de gente simples e pobre.
O Senhor da Vinha ainda tem, hoje, muito a cobrar dos “agricultores” que manipulam a fé do Povo da Aliança, o qual necessita de um Redentor que, embora esteja ao seu alcance, não é reconhecido e precisa ser proclamado! Esta é a Missão da Igreja: proclamar a todos que, em Jesus, há redenção!
Loide Matos Montezano

“O Senhor é quem te guarda;
o Senhor é a tua sombra à tua direita.”
Salmo 121:5

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Salmo 106:1-18; 106:19-48
II Sm 17:24-18:8
At 22:30-23:11
Mc 11:12-26


Se vocês não perdoarem...

Jesus fala aos seus amigos que tudo o que pedirem em oração lhes será atendido. Basta não duvidarem no seu coração. Mas, quando estiverem rezando, devem, também, perdoar tudo o que tiverem contra alguém, para que o Pai perdoe os seus pecados. Mas, Jesus, sentencia: “Se vocês não perdoarem, o Pai não os perdoará, também.”
Seguidamente, ouvimos pessoas magoadas que dizem não poder perdoar um mal que alguém lhes causou. Provavelmente, o perdão está sendo entendido como fraqueza ou como falta de firmeza de propósitos. Na verdade, perdoar, às vezes, exige muita coragem, pois quem magoou, pode não estar aberto a receber perdão. Mas, conceder o perdão é como tirar um grande peso das costas. Por isso, vale à pena correr o risco de ouvir mais alguns desaforos. Nossa consciência, nos dará um sono reparador e Deus enviará seus anjos para nos confortar. Por isso, rememoramos as palavras de Jesus: “Se vocês não perdoarem”, de nada vale a oração que fazem, pois, na dúvida, ela não será atendida e a vida de vocês ficará como a figueira sem frutos.
Loide Matos MontezanoPublicar postagem

“Felizes são os que guardam a retidão,
e o que pratica a justiça em todos os tempos.”
Salmo 106:3

domingo, 16 de agosto de 2009

11º. Domingo depois de Pentecostes

Salmo 147; 34:1-8
Pv 9:1-6
Ef 5:15-20
Jo 6:53-59

Pão da Vida

Todos os anglicanos conhecem o hino 165 do nosso Hinário. A poesia deste hino é muito verdadeira e o título é, justamente, “Pão da Vida”. Vejamos só um pedacinho: “Ó Cristo! Pão da Vida, descido lá do céu, de Ti, nosso alimento, queremos nós viver.” Provavelmente, a inspiração para a bela letra deste hino tenha vindo de São João 6:53-59, onde se encontram, entre outras, estas palavras de Jesus; “ Este é o pão que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre.”
A encarnação de Deus em Jesus, realmente, trouxe a vida plena aos que o aceitaram como Salvador e Senhor. Por isso, nossa adoração precisa estar centrada na Santa Eucaristia, pois é ali que vamos receber o alimen-to que nutre a nossa fé e a faz crescer e dar frutos. Não há cristão sem comunidade de fé. Não há comunidade de fé, sem Eucaristia. Não tem como ser de outro jeito: Jesus é o alimento que nos fortalece e nos impulsiona para a Missão, para o anúncio de que uma nova vida é possível em Cristo! “Recebe o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo que foram dados por amor de ti!”
Loide Matos Montezano

“Conforta os que têm coração magoado, acalma as suas dores.”
Salmo 147:3

sábado, 15 de agosto de 2009

Bem aventurada Virgem Maria, mãe de N. Sr. Jesus Cristo

Salmo 34
Is 61:10-11
Gl 4:4-7
Lc 1:46-55

Um outro mundo possível

"Todas me chamarão de bem-aventurada...”. Quanta honra ser a escolhida para carregar no seu ventre o Filho de Deus. E quem foi essa mulher tão importante? Uma mulher simples, humilde que vivia numa sociedade machista e excludente, alguém insignificante diante dos olhos dos homens do seu tempo. Mas Deus escolhe os que estão nas margens, abençoe os humildes, os pobres, os des-prezados. E assim canta Maria. Ela louva a Deus pelas maravilhas que realizou não apenas na vida dela, mas de todo o povo de Deus. Ao longo da história Deus tem derrubado aqueles que querem o poder, que pisam sobre os humildes, que enriquecem tirando dos outros. O poder de Deus é outro, a lei de Deus é outra, não é a lei do mais forte! Deus escolheu aqueles que, muitas vezes, seriam considerados “perdedores” nos olhos dos homens. Moisés era gago, Davi um fraco, Jeremias um indeciso. E como Jesus estava mal assessorado! Um o traiu, outro o negou, outro duvidou... Mas a força do seu testemunho fez com que o cristianismo espalhou-se no mundo tudo, enquanto os valentes foram esquecidos, sem deixar nada. Que sejamos, também, humildes, mas fortes no testemunho de um outro mundo possível.
Ruth Maria Schwegmann Fielding de Barros

“Busquei ao Senhor e ele me atendeu;
e de todos os meus temores me livrou.”
Salmo 34:4

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Salmo 102,
107:1-32
II Sm 15:19-37
At 21: 3-22
Mc 10:36-52

Enxergar e viver

Ocego Bartimeu vivia nas margens da sociedade, pedindo esmolas, sem poder trabalhar. Mas ele ouvia falar do Messias, e, com muita coragem, gritou pela sua ajuda. A vontade de enxergar o impulsionava e ele sabia que só Jesus podia lhe oferecer essa liberdade. Socialmente a situação dele não mudou. Se ele voltasse a enxergar, não podia mais viver de esmola. Mas enxergar para ele era mais importante. Ele conseguiu se libertar da sua vida e seguir Jesus, algo que o jovem rico não conseguiu fazer. Ele preferiu não enxergar. Preferiu ignorar os erros na sua vida, o seu egoísmo, a falta de partilha. Muitas pessoas hoje preferem não enxergar. Se fossemos realmente abrir o olho, então veremos tamanha injustiça, desigualdade social, violência, discriminação. Realmente, assim é melhor tapar os olhos! Mas não dá mais. Depois de conhecer a verdade do Evangelho os nossos olhos abrem para a realidade e somos impulsionados a agir, a fazer a nossa parte, mesmo pequena. Bartimeu queria isso para ele, aceitando as conseqüências. Paulo enfrentava conflitos, prisões e até a morte, mas não desistiu. Vamos, também, procurar realmente enxergar e viver essa verdade.
Ruth Maria Schwegmann Fielding de Barros

“Mas, entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês
quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês, e quem de
vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se o servo de todos.”
Mc 10:43-44

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Jeremias Taylor, bispo de Down, Connor e Dromore, 1667

Salmo 105
II Sm 15:1-18
At 21:37-22:16
Mc 10:32-45

Viemos para servir

Ser cristão muitas vezes significa viver na contramão da sociedade. Somos ensinados nas escolas e através da mídia a se esforçar para ser o melhor, para ganhar mais dinheiro, mais sucesso. Estudamos muito para poder ter uma profis-são e um salário decente. É claro que não precisamos deixar de buscar essas coisas, mas não podemos esquecer do fato que somos servos, independente da nossa posição social. Jesus se colocou na posição mais humilde possível, sendo crucificado entre ladrões. Ele tinha mais poder do que qualquer um de nós e podia ter usado isso para seu próprio bem. Mas não o fez, pois sabia qual era o propósito do Pai, e lhe obedeceu. Nós também somos escolhidos para cumprir a nossa missão de servidor. Não fomos escolhidos porque sabemos mais, ou porque somos os melhores, é simples-mente a nossa missão. A Senadora Marina Silva conta que foi numa missão perigosa e difícil quando era jovem entre os seringueiros, e ao perguntar o seu bispo porque tinha mandado ela, estava esperando grandes elogios ao seu respeito. Porém ele falou, “Não tinha mais ninguém para mandar.” Que possamos também ser humildes servidores do Senhor.
Ruth Maria Schwegmann Fielding de Barros

“Buscai ao Senhor e a sua Fortaleza.
Buscai perpetuamente a sua face.”
Salmo 105:4

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Salmo 101
II Sm 14:21-33
At 21:15-26
Mc 10:17-31

Tradição e fé

Como anglicanos somos orgulhosos de ser uma igreja com “unidade na diversidade”. Desde o seu começo o movimento cristão se espalhou em diversas maneiras por diversos países. E o contato com as culturas de cada país modificou ainda mais a sua maneira de ser. Paulo pregava entre judeus e gentis, ás vezes causando conflito. Os judeus prezavam muito algumas tradições, especialmente a circuncisão, e Paulo, seguindo o conselho dos seus discípulos, se purificou diante deles para não escan-dalizar-los. Como Paulo, nós encontramos pessoas nas nossas comunidades que vêm de várias tradições e culturas. Não é a tradição que nos torna cristãos, é a nossa fé. Não é quantas vezes nós participamos na celebração eucarística, mas quantas vezes visitamos um irmão doente. Não é como nos vestimos, mas como nós tratamos uns aos outros. Jesus ensina que a vida comunitária é mais importante do que doutrina. Ele mesmo quebrou a lei curando no sábado, e nos ensinou uma nova lei - amar o próximo. Também, não podemos escandalizar ninguém desrespeitando a sua tradição. Sejamos abertos, unidos na diversidade, aculturados no nosso contexto, e alicerçados no Evangelho de amor.
Ruth Maria Schwegmann Fielding de Barros

“Jesus olhou para ele com amor, e disse: ‘Falta só uma coisa para você fazer: Vá, venda tudo, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me’.”
Mc 10:21

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Salmo 99
II Sm 14:1-20
At 21:1-14
Mc 10:1-16

Seja criança

As crianças costumam confiar totalmente nos pais. Quando meu filho era pequeno ele adorava pular da janela para a cama, sabendo que a gente o segurava. Hoje, com 9 anos, ele se sente seguro, sabendo que nos momentos difíceis, nós o seguramos. Jesus quer que sejamos como crian-ças, confiando totalmente na misericórdia e no amor de Deus. “Qual de nós se o filho pede um pão lhe dará uma pedra? ...quanto mais dará o pai do céu”(Lc 11:11-13). Não entramos no Reino seguindo friamente um ritual de comportamentos, mas confiando em Deus e seguindo seus passos. Até os médicos hoje admitem que a fé ajuda na cura. Conheci gêmeos que estavam com o mesmo câncer. Uma entrou em depressão, desistiu de lutar, e morreu. A outra, fazendo o mesmo tratamento, mas com fé, sobreviveu e foi curada! A única diferença entre as duas foi à fé! Então sejamos como as crianças, confiantes no amor e misericórdia de Deus para conosco, sem sempre procurar uma explicação lógica para as coisas que acontecem na nossa vida, mas confiando que Deus nos guiará.

Ruth Maria Schwegmann Fielding de Barros

“Vendo isso, Jesus ficou zangado e disse: ‘Deixem as crianças vir a mim. Não lhes proíbam, porque o reino de Deus pertence a elas.’”
Marcos 10:14

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Salmo 89:1-18
(19-52)
II Sm 13:23-39
At 20:17-38
Mc 9:42-50

Igreja “light”

Podemos tirar muitas lições do trabalho missionário de Paulo. Mas aqui quero destacar apenas uma. Em Éfeso, ele passou três anos pregando a todos indiscrimina-damente, não só em lugares públicos, mas indo de casa em casa. Ele conseguiu muitos fiéis – e sem construir nenhum templo. O Bispo da Diocese da Amazônia, Dom Saulo, fala muito numa igreja “light”, Não “light” em ter-mos de zelo missionário, mas em termos de estrutura. Com a crise mundial e as dificuldades administrativas que todos nós temos enfrentado de uma forma ou outra, talvez esteja na hora de sair do modelo de igrejas gran-des e bonitas, concentrando-se mais nos pequenos grupos – estudos nas casas das pessoas como fazia o Paulo. Afinal o nosso foco precisa ser na propagação do Evangelho e não na manutenção de uma estrutura que, muitas vezes, dificulta o trabalho de missão. Paulo foi disposto a lutar pela construção do Reino de Deus e não do salão paroquial!! É claro que precisamos do nosso ponto de referência e de reuniões, mas precisamos estar atentos a nossa missão principal, que Jesus nos deixou: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...”.

Ruth Maria Schwegmann Fielding de Barros

“Mas, de modo nenhum considero minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu leve a bom termo a minha carreira e o serviço que recebi do Senhor, ou seja, testemunhar o Evangelho da Graça de Deus.”
Atos 20:24

domingo, 9 de agosto de 2009

10º Domingo depois de Pentecostes

Salmo 34
Dt 8:1-10
Ef 4:(25-29)
30-5:2
Jo 6:57-61

Sejam imitadores de Cristo

A palavra “cristão” quer dizer “pequeno Cristo”. Será que somos realmente pequenos Cristos? Isso me lembra uma senhora de grande coração que uma vez me diz, “Meu nome é Jesus Helena. Então, com esse nome, tenho uma grande responsabilidade, preciso agir como Jesus, para honrar o nome dele.” Será que estamos honrando o nome de Cristo? Jesus disse que Ele é o “pão da vida”, então ser imitador de Cristo é alimentar a fé das pessoas a cada dia. Jesus curou os doentes, perdoou pecadores e escutou os que eram discriminados como a mulher cananéia. Na comunidade de Gurupá, no Pará, muitas pessoas eram recusadas a eucaristia numa outra Igreja por não serem casados no religioso, e não podiam batizar os seus filhos. Quando a Igreja Anglicana chegou, começou a oferecer estes sacramentos para aquelas que queriam fazer parte da nossa comunidade. Foi muito comovente ver a emoção das que recebiam comunhão pela primeira vez depois de muitos anos, ver crianças, jovens e adultos sendo bati-zados e outros confirmados, finalmente participando do banquete do Senhor. Quem somos nós para julgar? Todos são filhos e filhas de Deus.

Ruth Maria Schwegmann Fielding de Barros

“Busquei ao Senhor e ele me atendeu; e de todos os meus temores me livrou.”
Salmo 34:4

sábado, 8 de agosto de 2009

Salmo 87, 90, 136
II Sm 12:15-31
At 20:1-16
Mc 9:30-41

Tu és a fonte

É maravilhoso contemplar a incrível capacidade humana em criar coisas que melhoram nossa vida, que nos beneficiam com mais saúde, que complementam nossas deficiências de qualquer ordem, os avanços nos estudos sobre elementos que não são se quer vistos pelo olho humano. A ciência microscópica e a ciência macroscópica que daqui teoriza o universo encantam e enchem nossa imaginação. Mas nada foi como está sendo neste nosso século, em que as coisas se atualizam e evoluem numa velocidade hercúlea, sem precedentes na história. Mas para cada avanço que a humanidade faz, ao contrário do que muitos pensam, nos aproximamos mais do mis-tério de Deus, pois algo sempre nos escapa ao sentido, à compreensão, à lógica. Não devemos temer a evolu-ção, a tecnologia, a ciência, o progresso, pois o salmis-ta nos lembra que Deus é a fonte de toda inspiração. Lembremos também que Deus nos fez a sua semelhan-ça, e por isso somos tão criativos, tão imaginativos, como o Criador, que sabiamente criou tudo em equi-líbrio perfeito e harmonia.

Josué Soares Flores

“Ensina-nos a levar de tal modo nossos dias, que alcancemos um coração sábio.”
Salmo 90:12

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Salmo 88, 91, 92
II Sm 12:1-14
At 19:21-41
Mc 9:14-29

O protesto silencioso

Muitas atividades econômicas que geram empregos para muita gente, renda para muitas famílias e prosperidade para grupos e instituições necessariamente não são sinônimos de atividades honestas e saudáveis. Muitas são ilícitas e dotadas de um grande nível de periculosidade e prejuízo para quem consome. A fé cristã, através de sua ética, afeta estes grupos que se beneficiam de atividades desonestas. S. Paulo em Éfeso pregou que os deuses fabricados pelos artesãos não eram verdadeiros, e esse ensino encontrou lugar no coração das pessoas, que, por conseguinte, afetou os negócios dos artesãos e de todos àqueles que se beneficiavam com o templo pagão. Nós não devemos temer às exigências éticas de nosso compromisso com Cristo, mesmo que isso nos gere perseguição ou calúnia, como aconteceu com S. Paulo em Éfeso. Pessoas que fazem contratos ‘ingênuos’ para sua própria segurança estão sendo cúmplices e participantes por omissão. Protestemos silenciosamente, mas sendo fiéis à bandeira de Cristo.

Josué Soares Flores

“Ó Senhor, não te esqueças de minha alma, de mim não ocultes tua face.”
Salmo 88:14

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Transfiguração de N. Sr. Jesus Cristo

Salmo 83, 145, 85, 86
II Sm 11:1-27
At 19:11-20
Mc 9:2-13

O olho que tudo vê

Muitas vezes nos encontramos em posições privilegiadas, temos mui tas ferramentas e coisas para nos auxiliar, temos pessoas que nos obedecem, amigos e familiares leais. Em muitas situações, por estarmos cercados de privilégios, nos sentimos ‘empoderados’, e damos autonomia à realização de nossos desejos, sejam eles os mais baixos e vituperados que possam ser. Para isso nos utilizamos de nossos privilégios para nossa satisfação. O rei Davi, se apropriando da mulher de seu fiel soldado Urias, mandou-o para a morte certa, para ocultar dos olhos do povo e de Deus, seus próprios pecados. Urias morreu em guerra, Davi casou-se com a jovem, ela concebeu um filho. A princípio tudo está normal: o soldado morreu em serviço, Davi casou-se com a viúva, como um ato de nobreza e a jovem conce-be um filho desta união. Entretanto, como se diz na sabedoria popular: “mentira tem perna curta.” Deus vê, e o povo tomou conhecimento. Os mais arquitetados planos para burlar a verdade, para satisfação pessoal, nunca acabam bem, pois uma hora, a verdade sempre virá à tona, e Deus conhece o nosso deitar e levantar.

Josué Soares Flores

“A misericórdia e a verdade encontraram-se; a justiça e a paz se beijaram.”
Salmo 85:10

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Salmo 119:97-120, 81, 82
II Sm 9:1-13
At 19:1-10
Mc 8:34-9:1

O Sofrimento Humano

Estão na moda, as espiritualidades e crenças que ‘levantam’ o nosso astral. São meditações que relaxam e aliviam o stresse, são orações poderosas que atraem o universo para si, realizando os seus desejos, são rituais para gerar o enriquecimento, são sermões de auto-ajuda, publica-ções com ‘receitas’ de sucesso. Existe uma indústria da religião da moda que fundamenta-se apenas sobre um pilar, a negação do sofrimento humano. No Evangelho, Jesus nos convida a tomarmos nossa ‘cruz’ e a segui-lo. A fé cristã não afirma que seguir a Jesus seja sinôni-mo de vida indolor, pois a dor é parte de nossa crença. Antes da vitória, o que há é trabalho, chamado no Novo Testamento de testemunho, ‘martírio’. A fé cristã é dotada da alegria da salvação e do êxtase da presença divina na Igreja, mas também é solidária com Cristo em sua dor. Todo o que O segue, não alheios à realidade, são esperançosos que com Ele e encorajados por Ele, serão ‘mais que vencedores!’Quando sofremos, muitas vezes questionamos nossa fé e o poder de Deus, isso é natural, e é através dessa reflexão que encontramos o consolo e a serenidade do alto.

Josué Soares Flores

“Oh, quão doces são ao meu paladar tuas palavras! Sim, mais doces do que o mel à minha boca.”
Salmo 119:103

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Salmo 78:1-39 (40-72)
II Sm 7:18-29
At 18:12-28
Mc 8:22-33


Fala Senhor!

Em nossos dias, procuramos ser muito prudentes com àquilo que lemos ou ouvimos, especialmente quando se trata se assuntos de natureza ética ou mística. Muitas guerras e segregações na história ocorreram por conta da fundamentalização de literaturas sagradas ou de palavras de homens e mulheres que acreditamos ser ‘de’ Deus. A intolerância com a diferença e a perse-guição ao outro em nome da causa divina são distorções diabólicas que nos afastam do verdadeiro significado da Palavra de Deus para nós. Por causa disso, muitos são céticos e suspeitam de qualquer possibilidade do diálogo de Deus com a humanidade. No Salmo de hoje, vimos como Deus fala conosco não somente com as palavras da Sagrada Escritura, mas na História, na Criação e na própria Experiência com o cotidiano. Essa leitura dos fatos, a partir do diálogo Deus-Humanidade é a abertura que mantemos para o sagrado em nossas vidas. Isso não nos impede de sermos prudentes e cautelosos, mas também não nos proíbe de irmos ao encontro da Palavra de Deus para nós hoje.

Josué Soares Flores

“O homem comeu o pão dos anjos; ele lhes mandou alimento a fartar.”
Salmo 78:25

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Salmo 80, 77, 79
II Sm 7:1-17
At 18:1-11
Mc 8:11-21

A morada de Deus

Estamos tão cheios de nós mesmos que estamos vazios! Assim somos nós. Entronizamo-nos e não damos espaços para nada em nossos corações. Mesmo em nossos relacionamentos, com muitas dificuldades, aprendemos a encontrar es-paço para outra pessoa. Por isso o amor é um remédio para nosso auto-ufanismo. Somos como um balão de festas, que aparentemente está cheio, mas dentro de si não há nada substancial. No texto do Antigo Testamento de hoje, o rei Davi constrange-se morando num palácio e a morada do Senhor era uma humilde tenda. Por isso prometeu construir um templo para o Senhor. Hoje existem muitos templos, moradas para o Pai, mas em nenhuma delas o Pai se encontra. Jesus nos lembra que onde estiverem dois ou três reunidos, ali Ele estaria. E também lembra que o Consolador estaria conosco até o último dia. O verdadeiro templo que devemos construir não são os belos edifícios de nossas igrejas, mas nosso próprio interior. Devemos adornar nossos corações com as mais belas virtudes, buscar a sabedoria e o conhecimento, que são os fundamentos do trono de Deus em nossas vidas: verdade e justiça. Cuide bem de si, pois és a morada de Deus.

Josué Soares Flores

“Converte-nos, ó Senhor Deus das Celestes Hostes, faze brilhar tua face e seremos salvos.”
Salmo 80:19

domingo, 2 de agosto de 2009

9º Domingo depois de Pentecostes

Salmo 78:1-25, 78:14-20, 23-25
Ex 16:2-4, 9-15
Ef 4:17-25
Jo 6:24-35
Senhor: sou Teu!

Desde que nascemos, somos educados e ensinados a termos consciência de nós mesmos, de compreendermos a nós e também a tudo o que nos cerca. Esta compreen-são é fundamental para que a humanidade, e particular-mente o indivíduo tenha ‘domínio’ sobre si, sobre as coisas e em muitos casos, sobre os outros. Dizemos sempre: “sou dono do meu próprio nariz!” Por um lado, crescemos em responsabilidade, por outro nos aliena-mos de que somos apenas ‘parte’ de um todo, e que as coisas não são partes de um ‘eu’ absoluto, ou seja, todos nós dependemos visceralmente uns dos outros e por isso, nosso sentimento de ‘independência’ é ilusório. Ilusória ainda é a idéia de que somos independentes do Criador. A humanidade neste período contemporâ-neo blindou-se com uma fictícia segurança das leis naturais que regem as coisas, ocultando o fato de que somos dependentes em totalidade, do Criador. S. Paulo nos recorda que não somos ‘donos’ de nós mesmos, mas somos todos de Cristo, servos ou escravos, propriedade do Senhor, adquiridos pelo sangue do Cordeiro de Deus. Hoje diga: “- Senhor, não sou meu. Senhor: sou Teu!”

Josué Soares Flores
“Adorai ao Senhor na beleza da santidade; trema à sua presença toda a terra.”
Salmo 96:9

sábado, 1 de agosto de 2009

Salmo 75, 76, 23, 27
II Sm 5:22-6:11
At 17:16-34
Mc 8:1-10

Solidariedade para viver

Em nossos dias, cada vez mais priorizamos nosso conforto pessoal, nosso bem estar,nossa segurança e estabilidade. A princípio não há nada de errado em pensar assim, pois faz parte de nossa própria condição existencial: pensar em nossa sobrevivência. Entretanto, este princípio de sobrevivência, transformou-se em egoísmo e ganância. Nossa 'fome' por aquilo que não é essencial e pelo supérfluo estabeleceu um modelo de vida, um padrão ético e comportamento que não expressam a vontade de Deus para a Criação. No Evangelho de hoje, Jesus demonstra sua solidariedade e compaixão com àquelas quatro mil pessoas que o seguiam pelo deserto. E com eles repartiu os únicos sete pães e alguns peixinhos que seus discípulos levavam para consumo próprio. Com esse gesto, a ação de graças, bênção e partilha, o milagre aconteceu. Todos comeram e sobrou. Hoje, continua sendo um milagre, a transformação dos nossos corações egoístas e gananciosos por um coração 'solidário' e 'compassivo' com àqueles que sofrem. O Evangelho de Cristo exige a ação solidária, como gesto de nosso amor ao semelhante.

Josué Soares Flores

“Ainda que a terra e tudo que nela existe se desfaçam, sou eu mesmo quem apruma as suas colunas.”
Salmo 75:3