segunda-feira, 14 de novembro de 2011

(Sagração de Samuel Seabury, 1º Bispo dos Estados Unidos de Norte América, 1784)

Salmo 89; I
Macabeus 3:1-24;
Apocalipse 20:7-15;
Mateus 17:1-13
Mistério sim, medo não!
Na Igreja Anglicana vivemos profundamente o mistério de Deus. Isso quer dizer que sabemos e aceitamos o fato de que jamais poderemos entender racionalmente a natureza profunda dos atos de Deus. Não por isso renunciamos ao uso da razão. Muito pelo contrário, baseamos nosso entendimento no tripé: Bíblia, Tradição e Razão. A Bíblia nos apresenta o mistério “nu e cru”. As Escrituras são testemunho da experiência, são o eco humano da ação divina.
Este eco nos chega até o presente, mas antes passou por século de outros ouvidos, de outras vidas, de outros testemunhos, que chamamos “tradição”. Tem quem acredita que a Bíblia se explica sozinha. No entanto, mais de 20 anos de trabalho com Bíblia em diferentes igrejas, me mostraram que não é tão automático assim. A Bíblia não se explica, a Bíblia se apresenta, mexe conosco, nos expõe a novas experiências e pensamentos. Algo semelhante ao que aconteceu com Tiago, Pedro e João no monte de transfiguração.
Será, então, que a tradição resolve. Ajuda, mais ainda não resolve. Ela nos diz que muitas pessoas antes de nós encontraram formas boas de conviver com o mistério, mas, em si, o mistério permanece mistério. Como quando finalmente Pedro, Tiago e João contaram o que tinha acontecido no monte. E a razão? A razão dizia para Pedro fazer três barracos no monte. No entanto, também a razão é que mandava esperar e contar esta experiência só após a ressurreição.
O que resolve é a frase de Jesus: não tenham medo! Desta forma o mistério nos faz sentir a presença de Deus na Bíblia, nos faz aprofundar na tradição e nos torna humildes no uso da razão.
Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves
Porto Alegre RS
Texto para meditação
E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo. Mateus 17:7
Intercessão
Oremos para que na vivência dos mistérios de Deus encontremos o caminho do compromisso com a comunhão fraterna e com o serviço a Deus e ao próximo.

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